O espaço é ponto obrigatório para quem quiser apreciar um Rio de Janeiro que vai além de suas belas praias e montanhas. Para os interessados em conhecer a história e a cultura da cidade, que também é maravilhosa por seu vasto potencial histórico-cultural, o Real Gabinete é uma preciosidade.
A instituição foi fundada em 14 de Maio de 1837, por um grupo de 43 imigrantes portugueses residentes no Rio de Janeiro, tal fato se deu somente 15 anos depois da Independência do Brasil. Reunidos na casa do Dr. António José Coelho Lousada, na antiga rua Direita (hoje rua Primeiro de Março), n.º 20, criaram uma biblioteca para ampliar os conhecimentos dos seus sócios e promover a cultura entre a comunidade portuguesa residente no Brasil.
O edifício sede foi concebido por Rafael da Silva e Castro, arquiteto português, evoca o exuberante estilo gótico-renascentista vigente na época dos Descobrimentos portugueses, denominado como “manuelino” em Portugal por haver coincidido com o reinado de D. Manuel I (1495-1521).
Quando das comemorações do Tricentenário de Camões, 10 de junho de 1880, teve lugar o lançamento da primeira pedra para a construção do edifício. Foi o ponto alto da cerimónia. A pedra foi, simbolicamente, transportada por D. Pedro II, seguido pelo Ministro do Império, Barão Homem de Melo, o Presidente da Câmara Municipal, Adolfo Bezerra e o então presidente do Real Gabinete, Eduardo Rodrigues de Lemos.
O Real Gabinete Português de Leitura no Rio de Janeiro foi inaugurado no dia 10 de Setembro de 1887 pela Princesa Isabel e seu marido, o Conde d’Eu, é a única biblioteca fora do território português que recebe um exemplar de todas as obras impressas em Portugal.
Aberta ao público desde 1900, em 12 de setembro de 1906, um decreto do Governo português autorizou a instituição a denominar-se “Real Gabinete Português de Leitura” e foi, mais tarde, considerada de utilidade pública.